Indignação

Mais de dez dias depois do temporal, Zona Sul ainda sofre com falta de luz

Moradores de diferentes municípios ainda relatam estar vivendo no escuro desde o temporal

Foto: Jô Folha - DP - Não há levantamento exato sobre o número de consumidores da região que ainda enfrentam o problema

No escuro. Assim estão, há mais de dez dias, moradores de diferentes localidades da Zona Sul, atingida por um temporal na madrugada do dia 21 de março. Perda de alimentos, falta de água e prejuízos no trabalho são alguns dos impactos da falta de energia que revolta a comunidade.

Na região da Capela da Buena, em Morro Redondo, a artesã Camila Neves, 33, é uma das atingidas pela falta de luz. A energia chegou a ser restabelecida no sábado (30), solução que durou cerca de duas horas, até a luz faltar novamente. “Não deu tempo nem de carregar celular, gelar uma água ou fazer uma comida. Não temos como comprar carne nem nada de geladeira, porque estraga. Tem pessoas que tiveram que botar todo o rancho fora”, diz ela, que está grávida de oito meses. 

Camila também lamenta o prejuízo ao trabalho. Os problemas recorrentes com a falta de luz já haviam feito a família desistir da produção leiteira. Agora, dias antes da Páscoa, ela também não conseguiu entregar encomendas que tinha para o período por conta da falta de energia. “A gente tinha a leitaria, mas depois de passar meses botando leite fora [por conta da falta de luz], desistimos. Tinha encomendas para entregar na Páscoa e fiquei cheia de coisas para terminar”, destaca.

A persistência do problema também indignou moradores de Canguçu, que bloquearam totalmente a pista no km 92 da BR-392 com manifestações na tarde deste domingo.

A reportagem também confirmou, junto a comunidade de Piratini, a falta de luz na zona rural do Município. O contato com os moradores, no entanto, não foi possível já que, a maioria deles, tem ficado constantemente sem bateria nos celulares para se comunicar. Na tarde da última sexta, a comunidade chegou a protestar na BR-293 por conta do problema.

Providências

Além da indignação da comunidade, a falta de energia elétrica também repercutiu no poder público. Enquanto em Pelotas a Câmara de Vereadores instaurou uma CPI para investigar o serviço prestado pela CEEE Equatorial, em Jaguarão, a Procuradoria do Município ingressou com uma ação contra a distribuidora. A medida, oficializada na última quarta-feira, pedia o restabelecimento da energia elétrica no prazo máximo de 24 horas sob pena de multa e, também, o pagamento de indenização de danos materiais aos consumidores. 

Números

Segundo o último boletim da CEEE Equatorial, da manhã de ontem, cerca de 1,1 mil consumidores estavam sem energia no Estado. No entanto, os números se concentram na região Metropolitana, Carbonífera e Centro-sul, relacionados a um outro evento climático que ocorreu na tarde de sexta-feira mas não atingiu a Zona Sul. Não há números exatos sobre os consumidores da região que ainda enfrentam o problema. 


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